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As políticas públicas são conjunto de projetos, programas e atividades realizadas pelo governo (federal, estadual e municipal) que visam atender as necessidades e prioridades da sociedade.


A implementação de políticas públicas ambientais robustas é fundamental para garantir o desenvolvimento sustentável de uma sociedade, pois orienta os esforços para mitigar a perda de biodiversidade, a degradação do solo e os impactos das mudanças climáticas. 


Estas políticas não só estabelecem normas e regulamentações, mas também direcionam investimentos e fomentam a colaboração entre governos, organizações e comunidades locais. A integração de estratégias de conservação e políticas públicas permite a adoção de abordagens adaptativas e participativas, que são cruciais para o sucesso a longo prazo. Veja como o Instituto Suinã, em seu âmbito de atuação, contribui com o fortalecimentos e cumprimento de políticas públicas ambientais:


Criação de Unidades de Conservação: política pública para resguardar a biodiversidade


As Unidades de Conservação (UC) são “espaços territoriais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, que têm como objetivo a conservação da natureza” (MMA). Para a criação destes espaços é necessário a participação da sociedade civil e demais instituições públicas e/ou privadas que estejam envolvidas em alguma fase do processo de criação da UC. O processo precisa ser participativo e tem como objetivo construir a UC seguindo diretrizes em concordância com o tipo de uso do solo pela população e de acordo com os atributos naturais, cumprindo sua principal função de conservação.


A criação de Unidades de Conservação é um exemplo de participação ativa nas políticas públicas para a conservação e restauração de ecossistemas e garantia de sua perpetuidade.  


Nessa perspectiva, a colaboração entre a Prefeitura de Guararema - SP e organizações da sociedade civil (OSCs) como o Instituto Suinã, Guaranature e a SAVE Brasil resultou na criação da Unidade de Conservação Refúgio de Vida Silvestre do Bicudinho (RVS) por meio do Decreto nº 3.805 de 23 de outubro de 2019 . Inicialmente, foi apresentada ao Conselho Municipal de Meio Ambiente, que atualmente responde como conselho gestor do RVS (Lei nº 3.654, de 20 de fevereiro de 2024). 


Com o intuito de preservar a espécie bicudinho-do-brejo-paulista (Formicivora paludicola) que está gravemente ameaçada de extinção, os esforços somados pretendem não apenas proteger a espécie, mas também beneficiar todos os munícipes ao promover a conservação dos recursos hídricos e dos serviços ecossistêmicos.


Atualmente, o Instituto Suinã, em parceria com a SAVE, é responsável pela elaboração do Plano de Manejo do RVS do Bicudinho, um importante documento técnico, previsto pela Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2.000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, que estabelece normas e diretrizes para o atingimento dos objetivos da UC e auxilia o gestor da unidade nas tomadas de decisões. Esse documento está sendo elaborado desde novembro de 2023, com previsão de ser finalizado em novembro de 2024.


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Imagem 1: Refúgio de Vida Silvestre do Bicudinho - Guararema / SP

Registro: Gustavo Gasparini (Kanindé Audiovisual)


Políticas Públicas para Conservação e Recuperação da Mata Atlântica


A Lei da Mata Atlântica (Lei nº 11.428/2006) estabelece normas e diretrizes para a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica. Esta lei também cria instrumentos para incentivar projetos que envolvam conservação de remanescentes de vegetação nativa, pesquisa científica ou áreas a serem restauradas nesse bioma, além  do  Fundo de Restauração do Bioma Mata Atlântica.


Para acessar os recursos provenientes desses fundos, os municípios precisam ter um Plano Municipal para Conservação e Recuperação da Mata Atlântica (PMMA)  elaborado e aprovado pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente.


O PMMA é um documento essencial para orientar ações públicas e privadas, bem como a atuação de entidades acadêmicas, de pesquisa e organizações da sociedade civil. Ele também representa uma excelente oportunidade para o fortalecimento da gestão ambiental municipal, tanto no âmbito dos órgãos municipais de meio ambiente quanto do Conselho Municipal de Meio Ambiente.


O Instituto Suinã, em parceria com a empresa Suzano, SOS Mata Atlântica e prefeituras municipais, participou do projeto Planos da Mata e foi responsável por elaborar o Plano Municipal da Mata Atlântica para os municípios de Jacareí, Guararema, Salesópolis e Santa Branca – SP.


Ao unir esforços entre o poder público, organizações e a comunidade, o PMMA se torna uma ferramenta poderosa para enfrentar os desafios ambientais e garantir um futuro mais equilibrado e saudável. Essas iniciativas refletem a importância de um planejamento ambiental eficaz, que não apenas protege a Mata Atlântica, mas também contribui para a melhoria da qualidade de vida das comunidades que dependem desse bioma. Com o PMMA, é possível construir um legado de conservação e sustentabilidade para as futuras gerações.


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Imagem 2: PPMA Jacareí-SP

Registro: Gustavo Gasparini (Kanindé Audiovisual)


Sustentabilidade e Educação: O Caminho para Políticas Públicas Inovadoras


A Educação Ambiental nasce como um processo educativo que conduz a um saber ambiental materializado nos valores éticos e nas regras políticas de convívio social e de mercado, que implica a questão distributiva entre benefícios e prejuízos da apropriação e do uso da natureza. Ela deve, portanto, ser direcionada para a cidadania ativa considerando seu sentido de pertencimento e co-responsabilidade que, por meio da ação coletiva e organizada, busca a compreensão e a superação das causas estruturais e conjunturais dos problemas ambientais (SORRENTINO, 2005).


Os grupos colegiados são canais de participação política da população sobre a ação governamental, são espaços de argumentação sobre normas e procedimentos, formação de consensos, de transformação de preferências e de construção de identidades sociais (Carneiro, 2002). Através do espaço que eles proporcionam é possível realizar não só a sensibilização e interação da população com esses temas, mas também utilizar para o incentivo e criação de políticas públicas que façam diferença no município.


Dentro dessas possibilidades o Instituto Suinã vem atuando em mais de dez colegiados nas regiões do Vale do Paraíba e Alto Tietê visando agregar e contribuir de forma técnica nas políticas públicas da região.

No município de Jacareí, por exemplo, fazemos parte da Comissão Municipal para o Desenvolvimento Sustentável que utiliza a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como referência para a elaboração e acompanhamento de ações e programas das políticas públicas. O Instituto Suinã participa ativamente desse processo de construção efetiva, colaborando para que a cidade avance em direção a uma sociedade mais sustentável, acessível e equitativa. 


Estamos também inseridos no Comitê de Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul (CBH-PS), participando de diferentes câmaras técnicas, objetivando escolhas que se alinhem à conservação dos recursos hídricos e desenvolvimento sustentável de interesse comum. 


Participar ativamente desses espaços nos permite, de perto, poder pensar e agir coletivamente e localmente, buscando dentro da legislação, acessos e oportunidades de melhorias, exigindo seu cumprimento, plantando ideias, contribuindo, por muitas vezes, na materialização das políticas públicas ambientais.


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Imagem 3: Encontro “Diálogos ProMEA em ação”

Registro: Equipe Suinã


Autoras:

Alessandra Souza, Bióloga e apaixonada por todas as formas de vida. Aspirante a ornitóloga, atua em defesa da vida por meio de projetos socioambientais, envolvendo a conservação e manejo da biodiversidade.


Bruna Oliveira, residente no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, é uma entusiasta pela biodiversidade e pelo estudo dos fungos. Estudante de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, nutre uma profunda paixão pela natureza e suas maravilhas.


Fernanda Scalambrino é mineira, silvicultora e bióloga. Especialista em Educação Ambiental e Transição para Sociedades Sustentáveis com MBA em ESG. Desenvolve projetos de conservação da biodiversidade, educação ambiental e mobilização social. Cofundadora e Diretora Institucional do Instituto Suinã.


Laura Oliveira, Bióloga e adentrando nesse novo mundo do terceiro setor, atuante em projetos de Educação ambiental e Educomunicação.


Leticia é estudante de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Pós graduanda em Educação Socioambiental e Sustentabilidade e graduada em Gestão da Qualidade. Mãe de 2, apaixonada pela educação ambiental, com um espírito alegre, ela se dedica a promover a sensibilização sobre a preservação e uso sustentável dos bens naturais, inspirando aqueles ao seu redor.


Mirian, Geógrafa empenhada em justiça socioambiental, igualdade social e restauração ambiental. Atua na área de Conservação e Manejo da Biodiversidade, contribuindo nas áreas de Ciências Humanas e da Terra.


Referências:

SORRENTINO, Marcos et al. Educação ambiental como política pública. Educação e pesquisa, v. 31, n. 02, p. 287-299, 2005.


CARNEIRO, C. B. L. Conselhos de políticas públicas: desafios para sua institucionalização. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 36, n. 2, p. 277 a 292, 2002. 


BRASIL. Sistema Nacional de Unidades de Conservação Acesso em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4340.htm.


 
 
 

Hoje, dia 03 de setembro, comemoramos o dia nacional do profissional Biólogo. Essa data foi escolhida, pois coincide com a regulamentação da profissão no Brasil, através da lei nº 6.684, de 3 de setembro de 1979. No mesmo dia, também foram criados o Conselho Federal de Biologia (CFBio), e os Conselhos Regionais de Biologia (CRBios), que têm como objetivo normatizar, orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de Biólogo (CRBio-01).


O Biólogo pode atuar em diversas áreas, como Meio Ambiente e Biodiversidade, Saúde e Biotecnologia e Produção, tendo a possibilidade de seguir por duas modalidades: bacharelado e/ou licenciatura. A graduação em Biologia/Ciências Biológicas é bastante diversificada, e permite ao estudante escolher entre várias linhas para estudar e defender a vida.


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Imagem 1: Projeto Quatro Ribeiras

Registro: Gustavo Gasparini (Kanindé Audiovisual)


A Biologia é, além de uma profissão, um estilo de vida (com muitas alegrias e descobertas, mas também, desafios). Os profissionais dessa área desempenham um papel essencial na sociedade, contribuindo com a formação de pessoas críticas e impulsionando a elaboração e execução de projetos que relacionam ciência, tecnologia e sociedade.


Com os avanços tecnológicos e o aumento da devastação ambiental, os desafios enfrentados pelos biólogos se multiplicaram (Melo, 2017), contudo, é necessário continuar realizando ações que colaborem com a preservação das espécies, a sustentabilidade e a conservação da vida (Ribeiro, 2015). Uma forma de efetivar esse papel é na educação, formando indivíduos capazes de refletir sua relação com o ambiente em que vivem, e que colaborem para a preservação, ajustando seu estilo de vida em harmonia com o meio (Krahenbuhl, 2010).


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Imagem 2: Refúgio de Vida Silvestre do Bicudinho - Guararema / SP

Registro: Equipe Suinã


Assim, as atividades de Educação Ambiental, tanto formal (voltada para escolas) quanto informal (direcionada ao público em geral), têm ganhado destaque na profissão de Biólogo, por meio de projetos socioambientais voltados à mitigação de danos ambientais. A principal função da Educação Ambiental é formar cidadãos sensibilizados e capacitados para tomar decisões, de forma a atuar na realidade inserida, e assumir compromisso com a vida e o bem-estar individual e coletivo (Melazo, 2005).


O ambiente natural, ao longo dos anos, foi sendo destruído para dar lugar aos espaços urbanos, que agora são o cenário das interações entre a comunidade humana e o meio físico. Contudo, a visão das cidades como espaços de caos deve ser repensada e substituída por uma nova perspectiva socioambiental (Melazo, 2005). A Educação Ambiental auxilia nesse processo, uma vez que promove o uso racional dos recursos, e incentiva uma relação mais harmoniosa com o meio ambiente.


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Imagem 3: Mobilização Social no Refúgio de Vida Silvestre do Bicudinho - Guararema / SP

Registro: Equipe Suinã


O envolvimento dos cidadãos na valorização dos recursos naturais e na compreensão dos problemas ambientais locais é fundamental. Para alcançar esses objetivos, é essencial harmonizar as diversas realidades políticas, econômicas, sociais, culturais e ecológicas, além de prezar por corrigir processos que afetam a qualidade de vida nas áreas urbanas (Melazo, 2005).


Como exemplo desse trabalho de Educação Ambiental informal temos, na cidade de Jacareí, o projeto “Viver o Viveiro”. Este projeto de Educação Ambiental e turismo ecológico, realizado aos domingos no Viveiro Municipal “Seo Moura”, é gratuito e aberto para todas as idades.


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Imagem 4: Viveiro Municipal ‘Seo Moura’ - Jacareí / SP 

Registro: Gustavo Gasparini (Kanindé Audiovisual)


O “Viver o Viveiro” oferece à população a oportunidade de explorar a biodiversidade local por meio de atividades como trilhas ecológicas, oficinas socioambientais e jogos ao ar livre. O objetivo é que, ao interagir com a natureza, os participantes desenvolvam uma compreensão mais integrada das complexas relações ambientais, que englobam aspectos ecológicos, históricos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos.


A equipe do projeto, composta por biólogas e educadores ambientais, se dedica a democratizar o acesso às informações socioambientais e a promover uma participação ativa e responsável da comunidade na proteção e conservação do meio ambiente.


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Imagem 5: Viveiro Municipal ‘Seo Moura’ - Jacareí / SP 

Registro: Equipe Suinã


À todas as biólogas e biólogos que se dedicam incansavelmente ao estudo da biodiversidade, seja na pesquisa, na educação ou na sensibilização para a preservação do equilíbrio ecológico, agradecemos e desejamos um FELIZ DIA DA (O) BIÓLOGA (O)! 


Autoras:

Bruna Campos: Bióloga que luta por justiça socioambiental e educação libertadora e acessível. Amante de sapos e do funcionamento da vida. Atua em projetos socioambientais, como conservação e manejo da biodiversidade.


Giuliana do Vale Milani: Gestora e Educadora Ambiental, rodeada por amigos biólogos e admiradora desta profissão,  coordena o projeto “Viver o Viveiro”.


Referências:

3 de setembro - Dia do Biólogo. (2024). ICB Petbio. Disponível em: <https://petbio.icb.ufg.br/n/38970-3-de-setembro-dia-do-biologo>. Acesso em: agosto de 2024.


Brasil. (1979). Lei nº 6.684, de 3 de setembro de 1979. Regulamenta as profissões de Biólogo e de Biomédico, cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Biologia e Biomedicina, e dá outras providências. Diário Oficial da União, seção 1, p. 13789.


Conselho Regional de Biologia: CRBio01. (2015). Crbio01.Gov.br. Disponível em: <https://www.crbio01.gov.br‌>. Acesso em: agosto de 2024.


Krahenbuhl, J. L. (2010). Educação ambiental. Rev. BioBrasilis , v.1, n.1, p.17-20.


Melazo, G. C. (2005). Percepção ambiental e educação ambiental: uma reflexão sobre as relações interpessoais e ambientais no espaço urbano. Olhares & Trilhas, 6(1).


Melo, L. L. P., Carvalho, A. V., & Guimarães, A. P. M. (2017). A interdisciplinaridade da profissão biólogo. Entrepreneurship, 1(1), 28-33.


Ribeiro, C. M., & Cardoso, T. A. D. O. (2015). Biossegurança: abordagem cognitiva essencial para o biólogo.

 
 
 

Vivemos em um sistema dinâmico, em constante troca de energias e interações, onde todos os seres vivos, desde micro-organismos até a fauna e flora silvestres, incluindo a espécie humana, estão interligados. Esse conjunto de relações e trocas caracteriza o que chamamos de ecossistema. Segundo Alho  (2012), a biodiversidade é um componente essencial desse sistema, representando a variedade e variabilidade dos seres vivos e suas interações com o meio ambiente. 


Cada organismo desempenha um papel específico, contribuindo para o equilíbrio e funcionamento do ecossistema como um todo. Essa perspectiva nos lembra da importância de preservar e compreender as interações ecológicas, pois o bem-estar de um componente afeta diretamente todos os outros. A manutenção da biodiversidade não só assegura a resiliência dos ecossistemas, mas também a qualidade de vida humana, uma vez que dependemos desses sistemas para recursos essenciais como água, alimento e ar puro.


O ser humano está em constante evolução, trazendo inúmeros benefícios e inovações. No entanto, ao longo dos anos, esquecemos nossa conexão essencial com o meio ambiente e nossa dependência dele. Assim como todos outros seres vivos, necessitamos de ar puro para respirar, água potável para beber e um clima estável para viver (ALHO, 2012).


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Imagem 1: Parque Natural Municipal Francisco Affonso de Mello - Mogi das Cruzes / SP

Registro: Instituto Suinã


Apesar de sua expressiva influência em nossas vidas, a biodiversidade está sendo gravemente ameaçada por fatores como a ocupação e o uso inadequado do solo, mudanças climáticas, poluição, exploração direta e a presença de espécies exóticas invasoras (Jornal USP por Gonçalves, 2023). Portanto, é urgente implementar estratégias eficazes para conter a perda de ecossistemas, que avança a cada dia.


As áreas protegidas são territórios especialmente designados e geridos para proteger a fauna, a flora e os bens naturais. Além de fornecerem refúgio seguro para inúmeras espécies, essas áreas desempenham um papel essencial na preservação dos ecossistemas, na manutenção da biodiversidade e no estímulo a pesquisas científicas. Também são fundamentais para a realização de atividades de educação ambiental, contribuindo para a sensibilização e o engajamento da sociedade na proteção do meio ambiente.


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Imagem 2: Refúgio de Vida Silvestre do Bicudinho - Guararema / SP. 

Registro: Gustavo Gasparini (Kanindé Audiovisual


As Unidades de Conservação (UCs) têm como objetivo proteger a biodiversidade, assegurar a sustentabilidade dos bens naturais e promover a educação ambiental e a pesquisa científica. Estão divididas em duas categorias:


1. Unidades de Conservação de Proteção Integral

Objetivo: Preservar a natureza, restringindo ao máximo a interferência humana direta e garantindo a conservação dos ecossistemas e da biodiversidade. Existem diferentes categorias de áreas destinadas a esse objetivo, incluindo Estação Ecológica (ESEC), Reserva Biológica (REBIO), Parque Nacional (PARNA), Monumento Natural (MONA) e Refúgio de Vida Silvestre (RVS). Cada uma dessas áreas tem como finalidade a proteção integral de ecossistemas, espécies e elementos naturais, muitas vezes permitindo a realização de pesquisas científicas e, em alguns casos, possibilitando a visitação pública controlada (Imagens 1, 2 e 3). 


Um exemplo dessa categoria é o Refúgio de Vida Silvestre do Bicudinho, localizado em Guararema, uma UC municipal criada para proteger o bicudinho-do-brejo-paulista e que o Instituto Suinã auxiliou na criação e atualmente é responsável pela elaboração do Plano de Manejo da UC, em parceria com a Instituição SAVE Brasil.


2. Unidades de Conservação de Uso Sustentável

Objetivo: Permitir o uso sustentável dos bens naturais, conciliando a conservação ambiental com o desenvolvimento econômico e social das comunidades locais. Existem diferentes categorias de áreas destinadas a esse objetivo, incluindo Reserva Extrativista (RESEX), Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS), Área de Proteção Ambiental (APA), Floresta Nacional (FLONA,  Reserva de Fauna (REFAU) e Reserva de Caça (RECA). Além disso, existem áreas verdes sem uma classificação específica, mas que são essenciais para a manutenção da fauna e da flora nos centros urbanos. Cada uma dessas áreas é destinada à proteção dos bens  naturais e à promoção de práticas sustentáveis, adaptando-se às necessidades específicas das populações e ecossistemas locais.


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Imagem 3: Parque Estadual Serra do Mar - Núcleo Santa Virgínia. São Luís do Paraitinga/ SP. 

Registro: Gustavo Gasparini (Kanindé Audiovisual)


Além disso, as Unidades de Conservação (UCs) estão diretamente ligadas ao conceito de ambientes restauradores (ULRICH, 1983; da Silva-Melo et al., 2020). Elas proporcionam uma interação positiva com ambientes naturais, promovendo o bem-estar humano ao reduzir o estresse e aliviar o desgaste do cotidiano. Esses espaços oferecem benefícios significativos para a saúde mental e física, ao mesmo tempo em que desempenham papéis cruciais na regulação da qualidade da água, na fertilidade dos solos, no equilíbrio climático, e na manutenção da qualidade do ar. Aumentam o conforto ambiental, a valorização de áreas de convivência social, a valorização econômica das propriedades e a formação de um patrimônio cultural e de memória coletiva. Adicionalmente, servem como base para a produção de medicamentos e oferecem áreas verdes para lazer, educação, cultura, ecoturismo e reflexão espiritual (Lanzas, 2019).


Para além das Unidades de Conservação, existem espaços urbanos que se destacam como áreas verdes e heterogêneas, funcionando como “refúgios” de biodiversidade ao abrigar diversas espécies. Esses parques urbanos são essenciais para a população, pois oferecem múltiplos serviços ecossistêmicos. Estudos sobre biodiversidade em áreas urbanas são, portanto, fundamentais para a conservação desses recursos (Threlfall et al., 2016).


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Imagem 4: Viveiro Municipal  - Jacareí / SP 

Registro: Gustavo Gasparini (Kanindé Audiovisual)


O viveiro municipal Seo Moura, uma ilha verde localizada na cidade de Jacareí, onde o Instituto Suinã faz a gestão do uso público aos domingos por meio do Projeto Viver o Viveiro, é um exemplo de área verde dedicada à conservação e manutenção dos ecossistemas, podendo ser considerado um refúgio para a fauna da cidade. Proporciona um habitat seguro para diversas espécies e contribui significativamente para a conservação da biodiversidade local (Imagem 4).


O Instituto Suinã, em colaboração com a Prefeitura Municipal de Jacareí e o Núcleo de Educação Ambiental (NEA) do município, desenvolve atividades de plantio, conservação e sensibilização ambiental, promovendo a conscientização sobre a importância da preservação da natureza. Essas ações são essenciais para integrar a população urbana à dinâmica ambiental, fortalecendo a conexão entre a comunidade e o meio ambiente e garantindo a proteção e valorização dos bens naturais nas regiões urbanas.


A conservação da biodiversidade e a gestão sustentável dos ecossistemas são fundamentais para a vida no planeta. Unidades de Conservação e áreas verdes urbanas são essenciais para integrar a biodiversidade nas cidades, promovendo a sustentabilidade e o bem-estar da comunidade.


Parcerias e ações comunitárias são vitais para fortalecer a conexão entre os seres humanos e a natureza. Manter essas áreas bem conservadas é crucial para garantir que continuem beneficiando a qualidade de vida e a sustentabilidade das comunidades urbanas. Assim, a conservação dessas áreas verdes se torna uma responsabilidade compartilhada, assegurando que as gerações futuras também possam desfrutar dos seus inúmeros benefícios.


Autora:

Bruna Oliveira, residente no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, é uma entusiasta pela biodiversidade e pelo estudo dos fungos. Estudante de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, nutre uma profunda paixão pela natureza e suas maravilhas.

Co-autoras: 

Laura Oliveira, Bióloga e adentrando nesse novo mundo do terceiro setor, atuante em projetos de Educação ambiental e Educomunicação.


Alessandra Souza, bióloga e apaixonada por todas as formas de vida. Aspirante a ecóloga e sua interface com as comunidades humanas, atua em defesa da vida por meio de projetos socioambientais, envolvendo a conservação e manejo da biodiversidade.


Referências

ALHO, Cleber JR. Importância da biodiversidade para a saúde humana: uma perspectiva ecológica. Estudos avançados, v. 26, p. 151-166, 2012. 


ANDREOLI, Cleverson V.; ANDREOLI, Fabiana de Nadai; PICCININI, Cristiane; SANCHES, Andréa da Luz. Biodiversidade: a importância da preservação ambiental para manutenção da riqueza e equilíbrio dos ecossistemas.


AUTORIASCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS. Metrópoles, cobertura vegetal, áreas verdes e saúde. Estudos Avançados, São Paulo, v. 34, n. 99, p. 237-254, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/79qP5WjNmMPYKCCQK3G78LD/?lang=pt. Acesso em: 31 jul. 2024.


BARROS, Ligia Paes de. Conservação da biodiversidade e áreas protegidas: mundo avança, mas não alcança metas. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/79qP5WjNmMPYKCCQK3G78LD/?lang=pt. Acesso em: 29 julho 2024.


BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm. Acesso em: 31 jul. 2024.


DA SILVA-MELO, Marta Regina; DE MELO, Gleidson André Pereira; GUEDES, Neiva Maria Robaldo. Unidades de Conservação: uma reconexão com a natureza, pós COVID-19. Revista Brasileira de Educação Ambiental (RevBEA), v. 15, n. 4, p. 347-360, 2020.


LANZAS, Mónica et al. Designing a network of green infrastructure to enhance the conservation value of protected areas and maintain ecosystem services. Science of the Total Environment, v. 651, p. 541-550, 2019.


Potencialidades e desafios das áreas protegidas no Brasil, disponível em: Jornal USP https://jornal.usp.br/?p=649128  


SEMIL - Secretaria Municipal do Meio Ambiente de São Paulo. A importância das unidades de conservação para a qualidade de vida da população. Disponível em: https://semil.sp.gov.br/educacaoambiental/2019/05/a-importancia-das-unidades-de-conservacao-para-a-qualidade-de-vida-da-populacao/. Acesso em: 30 jul. 2024.


THRELFALL, Caragh G. et al. Approaches to urban vegetation management and the impacts on urban bird and bat assemblages. Landscape and Urban Planning, v. 153, p. 28-39, 2016.




 
 
 

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